sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Alma minha gentil, que te partiste

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

                                                        Luís de Camões

1 comentário:

  1. Com este poema, o sujeito poético, pretende homenagear alguém que ele tanto amou!
    Talvez um amor que partiu cedo demais e que ele não estava à espera. Ele agora sente a falta dessa pessoa...
    Neste poema podem ser identificados vários tipos de sentimentos, tais como a tristeza, a saudade e a frustração.
    Agora, ele anseia morrer para que, finalmente, consiga revê-la.

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